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Gerente de restaurante no Pelourinho acusa turista de injuria racial

Caso aconteceu no domingo (23)

| Autor: Redação

Foto: Reprodução/TV Bahia

A gerente de um restaurante no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador, denunciou nas redes sociais, ter sido vítima de injúria racial no momento em que trabalhava. De acordo com Adriana Santiago, uma turista carioca falou que ela não poderia ocupar o cargo, porque é preta. 


A situação aconteceu no domingo (23), e foi registrada na 1ª Delegacia Territorial (DT), que fica localizada no bairro dos Barris. A suspeita foi liberada logo após ser ouvida, pois o delegado entendeu que não cabia o flagrante. 

Segundo Adriana, que é gerente do restaurante, um casal de turistas pediu a presença dela para fazer uma reclamação sobre o azeite. “Eu fui atender a solicitação deles e após conversarmos, voltei ao caixa, porque era folga da funcionária no domingo”, disse.

A gerente contou que ao perceber que ela se sentou na cadeira do caixa, a turista se levantou e cometeu o ato de injúria racial. 

“Falou assim para mim: ‘Eu sabia que você tinha me enganado, que você não era gerente coisa nenhuma. Preta desse jeito você não poderia ser gerente, você teria que ser caixa mesmo’”, desabafou. 

Adriana, sem entrar em discussão com a mulher, procurou uma base da Polícia Militar, instalada próxima ao restaurante, para registrar o caso. 

“Eles não queriam ir no primeiro momento, porque disseram que ia estragar o passeio deles. A subtenente disse que íamos todos sermos conduzidos para a 1ª Delegacia, onde a gente prestou depoimento e foi todo mundo liberado”, relatou.

A Polícia Civil informou em nota, que um inquérito policial foi instaurado para apurar o caso. A decisão do delegado causou revolta a Adriana Santiago. 

“Eu não sei o porque dela ser liberada, desde quando é crime”, disse. 

O crime de injúria racial (ofensa por raça, cor, etnia, religião ou origem) foi equiparado ao de racismo, em janeiro deste ano. Assim, o crime se tornou inafiançável, sem prescrição, além de ter pena de reclusão e multa. 

Lembrar da situação ainda causa tristeza para Adriana: “Eu não consigo nem falar muito, porque vem aquela imagem toda. É difícil para a gente, preto, passar por isso, pela religião e cor da pele". Mesmo com a dor, a baiana afirmou não desistir de buscar a justiça.

“Isso tudo, às vezes no final das contas, não dá em nada. Eu vou até o fim, porque gente preta merece estar em qualquer lugar”, afirmou a gerente.

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