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Funcionários da Braskem denunciam assédio e que são impedidos de irem à Acelen

Denuncia foi feita por funcionários que trabalham na Braskem; Empresa nega as acusações

| Autor: Redação

Foto: Reprodução

Imagine a seguinte situação: Receber de uma empresa uma proposta salarial melhor na área em que você atua, mas ser impedido de mudar de trabalho porque o local onde trabalha interfere diretamente na sua contratação para a nova companhia.

Parece absurdo, correto? Porém, o Varela Net recebeu uma denúncia que é isso que vem ocorrendo com empresas do Polo Petroquímico de Camaçari.

No dia 20 de julho, o Ministério Público do Trabalho notificou o Sindiquímica Bahia para que ficasse ciente do caso.

No documento, ao qual o Varela Net teve acesso, uma pessoa, que preferiu não se identificar, afirma que trabalha na Braskem, empresa que fica no Polo, e que a companhia estaria interferindo diretamente na saída de funcionários para trabalhar na Acelen, que pertence ao grupo Mubadala, empresa que adquiriu a antiga refinaria Landulpho Alves.

De acordo com o relato, uma pessoa de nome Simara, que trabalhava na Braskem e agora atua na Acelen em um cargo de chefia, fez um acordo para deixar a antiga empresa. De acordo com a denuncia “quando o funcionário da Braskem passa até a última etapa do processo da Acelen, essa Simara entra em contato com o líder direto deste candidato solicitando `autorização` para contratá-lo ou não. Todos os lideres, por sua vez estão negando essa permissão numa atitude no mínimo antiética”, afirmou.

Ainda segundo o denunciante, um diretor da Braskem de nome Alfano “constantemente assedia e ameaça os funcionários em situações como essas”, além de afirmar que a empresa está impedindo que os funcionários busquem melhores condições salariais.

Além disso, no documento onde consta a denúncia, há a afirmação que “existe acordos de 'cavalheiros' entre empresas do polo para que não contratem funcionários da Braskem...isso beira a imoralidade. Estamos revoltados e não sabemos o que fazer.

Contatamos a Braskem que repudiou qualquer forma de assédio e afirmou respeitar a autonomia dos seus integrantes. Confira o posicionamento completo abaixo.

Entramos em contato com o Sindiquímica que enviou uma nota – confira na íntegra logo abaixo – que afirmou “defender a importância de preservar a autonomia da vontade do trabalhador, bem como, de sempre encorajá-los a buscar novos desafios sem que isso represente qualquer tipo de ameaça”.

O que dizem as partes:

Nota da Braskem

A Braskem repudia toda e qualquer forma de assédio e respeita a autonomia dos seus integrantes para decidirem o futuro de suas carreiras profissionais, entendendo que possíveis saídas fazem parte do processo natural do mercado de trabalho. A empresa também salienta que cumpre rigorosamente a legislação trabalhista.

Acelen

A empresa informou que não foi notificada e por esse motivo optou por não se manifestar.

Sindiquímica, confira a nota oficial na íntegra

Como é de conhecimento da sociedade brasileira, o processo de sucateamento e privatização da Petrobras em curso no Brasil permitiu o acesso da iniciativa privada para dar continuidade ao trabalho até então realizado com êxito pela companhia estatal.

Reflexo disso é a chegada da Acelen ao Polo Petroquímico de Camaçari. Pertencente ao fundo soberano Mubadala, dos Emirados Árabes, a empresa foi criada para gerir a Refinaria de Mataripe (ex-refinaria Landulpho Alves), além de monopolizar toda a logística de distribuição. Como consequência prática, objetivando manter a operação da estrutura fabril, acarretou o surgimento de novas oportunidades de emprego.

A chegada da nova empresa, na medida em que promove processo seletivo com objetivo de contratar mão de obra qualificada, possibilitou escancarar a defasagem de salários e condições de trabalho praticados pelas demais empresas do Polo Petroquímico, além de abrir oportunidade para a busca de novos desafios aos trabalhadores da Bahia.

A Acelen tem oferecido contrapartida proporcional tanto do ponto de vista econômico, quanto no que se refere à possibilidade de desenvolvimento e ascensão profissional.

Neste cenário, por sua vez, atrai não só as pessoas que estão fora do mercado em busca de recolocação, mas sobretudo, profissionais já empregados em empresas vizinhas insatisfeitos, desestimulados ou que enxergam nesse novo projeto a possibilidade de realizar sonhos até então não alcançados em seus postos atuais.

Causa surpresa que necessariamente neste momento surgem denúncias sobre a reprovável e odiosa prática de ASSÉDIO contra as (os) companheiras (os) que sinalizaram sua saída da empregadora atual.

Diante disso, uma vez provocado e cumprindo seu dever institucional em defesa do interesse da categoria, a direção do SINDIQUIMICA buscou o sindicato patronal e representantes da Braskem para que colocassem as cartas na mesa.

Durante o diálogo, foi dito pelo sindicato patronal, bem como pela Braskem, que se opõe a qualquer forma de coação nas relações sociais, acima de tudo, quando consubstanciadas no ambiente de trabalho.

Não só ratificaram o compromisso de combater junto ao sindicato as referidas atitudes, bem assim, entendem o quão natural é esse processo de mudança de empresa.

Caso a Braskem e demais empresas petroquímicas considerem fundamental a manutenção dos seus quadros funcionais, que busquem o diálogo, a escuta das necessidades dos trabalhadores e, na medida do possível, equiparem ou superem as ofertas feitas pela Acelen na atração dos funcionários.  

O Sindiquímica, por sua vez, defendeu a importância de preservar a autonomia da vontade do trabalhador, bem como, de sempre encorajá-los a buscar novos desafios sem que isso represente qualquer tipo de ameaça.

Assim sendo, a direção do sindicato se coloca à disposição não só para receber qualquer denúncia, mas também para lutar junto a cada um dos trabalhadores e trabalhadoras em busca de um ambiente cada vez melhor para se trabalhar.

Direção do Sindiquímica Bahia

 

 

 

 

 

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