“Estou cumprindo minha missão”, diz juíza que influenciou criança a não abortar

A juíza Joana Ribeiro Zimmer falou pela primeira vez após a publicação de uma matéria no site The Intercept Brasil, onde foi revelado que uma menina de 11 anos, vítima de estupro, está sendo mantida em um abrigo pela Justiça de Santa Catarina para evitar que ela fizesse um aborto legal. 

Em entrevista concedida ao Diário Catarinense que foi publicada na terça-feira (21), Joana defendeu a decisão de impedir o aborto e de encaminhar a menina a um abrigo, longe da mãe. A juíza disse que está “tranquila” com o que fez e afirmou estar cumprindo sua missão. 

De acordo com ela, a decisão de enviar a criança para o abrigo tinha como objetivo protegê-la do procedimento e de possíveis novas agressões.

A juíza afirmou ainda que não é contra o aborto da criança. 
"Não quer dizer que eu sou contra o aborto, só que o aborto passou do prazo. Eu não quero dar detalhes por conta da segurança dessa criança. É muito grave. Então, por coerência, eu prefiro que me acusem de tudo quanto é coisa, mas a menina esteja preservada”, explicou.

Zimmer autorizou a saída da criança do abrigo ao qual ela foi encaminhada. Perguntada sobre a decisão, ela alegou não ter consultado o processo e reiterou ter tomado decisões técnicas, visando proteger a criança.

"Eu tenho completa tranquilidade do que eu fiz. Eu sei que vocês estão cumprindo a missão de vocês, mas eu também estou cumprindo a minha. Ainda que isso gere impacto em mim e na minha vida. Eu estou preparada", disse a juíza.