Delegado federal é absolvido de acusação de homicídio sete anos após operação
Homem morto pelo delegado não era alvo de mandado de prisão da Operação Carga Pesada, em 2015
Foto: Júlio César Almeida/TV Bahia
O delegado da Polícia Federal Carlos Faria Júnior foi absolvido da acusção de homicídio, sete anos depois da Operação Carga Pesada, que resultou na morte de Márcio Néris dos Santos. No veredito, proclamado na segunda-feira, a Justiça Federal entendeu que o agente de segurança não agiu com excesso de dolo durante a ação.
Márcio Néris não era um dos alvos de mandado de prisão, mesmo assim a casa dele foi invadida pelos policiais federais, e o homem foi baleado com seis tiros pelo delegado Carlos Faria Júnior. Na época, a Polícia Federal afirmou que ele estava armado e resistiu à investida.
Márcio chegou a ser legado para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, mas não resistiu aos ferimentos.
O Ministério Público Federal (MPF) havia denunciado o delegado por excesso doloso. Contudo, segundo a Justiça Federal, a acusação foi afastada após depoimentos das testemunhas de acusação e defesa, além do interrogatório do próprio réu. Com isso, o próprio MPF pediu a absolvição do delegado, junto com a defesa dele.
Operação Carga Pesada
A Operação Carga Pesada foi deflagrada em junho de 2015, para desmontar um grupo criminoso que desviou cerca de R$ 100 milhões em cargas no Porto de Aratu, em Candeias, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Na época, a PF chegou a classificar a quadrilha como uma “máfia” que agia por 10 ano. Além do desvio da carga, os investigados também mataram pessoas que se opuseram ao esquema. Ao todo, 15 pessoas foram presas.
O nome dos investigados não foi divulgado, mas a polícia informou que eles agiam com o apoio de seguranças de armazéns de Aratu, profissionais de controle de acesso, guardas portuários e ao menos um policial rodoviário estadual reformado.
