CEU de Valéria promove curso de defesa pessoal para mulheres
A proposta é que o projeto colabore na redução de casos de violência contra a mulher e feminicídio na comunidade

Foto: Otávio Santos/Secom
Mulheres da comunidade de Nova Brasília de Valéria estão aprendendo gratuitamente técnicas de defesa pessoal. A atividade teve início na terça-feira (5) e está sendo oferecida através do Centro de Artes e Esportes Unificados de Valéria (CEU Valéria), situado no bairro. A proposta é que o projeto colabore na redução de casos de violência contra a mulher e feminicídio na comunidade.
O curso, intitulado Cuidando das Rosas, envolve conteúdos teóricos e práticos e aborda, além de técnicas de defesa pessoal, temáticas como empoderamento feminino e autoestima, além de ensinar como identificar situações de risco e o estágio de cada uma delas. Estão inscritas na atividade 15 mulheres. No total serão realizados oito encontros, sempre às 17h.
Para a aluna Adriana de Jesus Santos, participar do curso de defesa pessoal é uma forma não apenas de se proteger, mas também de colaborar na proteção de outras mulheres. "Com a violência aumentando tanto nos últimos anos, principalmente dentro das famílias, com os maridos e companheiros, a gente tem que aprender a se defender. A gente não deve se amedrontar com as situações, mas também precisa ter cautela para se cuidar e a minha expectativa é essa com o curso. Quero aprender como sair de um conflito e ficar em segurança", contou.
Esta é a segunda turma do projeto Cuidando das Rosas. A primeira turma foi formada em novembro do ano passado e reuniu aproximadamente 40 mulheres.
Técnicas
O coordenador do CEU de Valéria e idealizador do Cuidando das Rosas, Délio Lima, explicou que o curso pretende preparar as mulheres para que elas consigam fazer a leitura do possível agressor e do ambiente e sair da situação antes mesmo do conflito físico.
"A mulher passa pelas cinco agressões previstas na Lei Maria da Penha e, por último, chega à agressão física e muitas vezes ao feminicídio. Com a pandemia, os casos de violência aumentaram muito e pensamos em ajudar estas mulheres a se proteger. As técnicas são simples, trabalhamos muito com imobilização e, na turma anterior, tivemos um feedback muito positivo com elas. Percebemos que houve melhora até mesmo na autoestima delas", reforçou.
A expectativa é que futuramente este curso seja ofertado também na modalidade avançado, trabalhando um nível de técnica mais aprofundado para quem já participou desta formação inicial.
Apoio institucional
Em Salvador, as mulheres vítimas de violência podem contar com apoio psicossocial e jurídico em três centros de referência à mulher. Nos casos em que a vítima não tenha para onde ir, após a denúncia ela é acolhida no Centro de Atendimento à Mulher Soteropolitana Irmã Dulce (Camsid), que funciona 24h, na Ribeira. O telefone é o (71) 3611-6581.
De segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, as mulheres podem recorrer ao Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência Loreta Valadares (CRAMLV), nos Barris, através do (71) 3235-4268 para agendar um atendimento presencial e, caso prefira, o teleatendimento através do telefone (71) 99701-4675.
Outra opção é o Centro de Referência Especializado de Atendimento à Mulher Arlette Magalhães (Cream), em Fazenda Grande II, que pode ser acionado pelo telefone (71) 3611-5305 para agendar um atendimento presencial, ou teleatendimento pelo telefone (71) 98791-7817.