Apesar da proibição, guerra de espadas acontece na capital baiana
Varela Net conversou com a Polícia Militar da Bahia sobre a fiscalização da prática e escutou quem defende a realização e legalização com estatuto da competição

Foto: Reprodução/Divulgação
A guerra de espadas é uma das brincadeiras mais tradicionais do São João do Nordeste, principalmente nas cidades do Recôncavo baiano. Porém, a prática no estado é proibida por decisão do Ministério Público da Bahia (MP-BA), devido ao risco à vida.
Segundo a legislação, “fabricar, transportar, possuir e soltar espadas é crime”, cuja pena pode chegar até seis anos de prisão. Apesar da proibição, acompanhamos todos os anos milhares de pessoas reunidas para participar das competições com espadas de forma clandestina.
O Varela Net conversou com a Polícia Militar da Bahia sobre a fiscalização da prática e escutou quem defende a realização e legalização com estatuto da competição. Em entrevista, um dos produtores de fogos de artificio no interior do estado contou que a procura pelas espadas está sendo grande após os dois anos sem os festejos juninos devido à covid-19.
“A procura está sendo grande para venda e encomendadas antecipadas”, revelou o espadeiro, que não quis se identificar. Em outro trecho, ele sugeriu medidas para que a prática da guerra seja legalizada.
“Inicialmente padronizar as bitolas e tamanhos, fazer um espadodromo e monta um estatuto dos espadeiros. Em Cruz das Almas existe uma comissão em conjunto com espadeiros do recôncavo e de Senhor do Bonfim unindo forças para manter a tradição com a legalização dessa tradição secular”, completou.
Em nota, a Polícia Militar da Bahia informou que realiza ações preventivas para impedir que as guerras aconteçam. “Patrulhamento em vias públicas ou através de acionamento, diuturnamente com o emprego de guarnições motorizadas, que fazem rondas ostensivas preventivas.”
Na noite de quinta-feira (24), leitores do Varela Net enviaram vídeos onde dezenas de pessoas estavam reunidas soltando espadas nas ruas do bairro de Periperi, no subúrbio ferroviário de Salvador. Nas gravações ainda é possível ver jovens fugindo dos explosivos e outros correndo em direção as espadas na tentativa de pegá-las para soltá-las novamente.
Em nota, a Polícia Militar pontuou que “Durante os festejos juninos, as companhias têm intensificado o policiamento, com vistas a coibir ações delituosas de quaisquer naturezas, contando com o reforço e o apoio das Companhias Independentes de Policiamento Tático (CIPT) Rondesps, que realizam constantes ações preventivas nas localidades”, finalizou.
Confira o vídeo