Acusado de mandar matar líder do PCC, empresário é preso em hotel de luxo na BA

O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 36 anos, foi preso em um hotel de luxo em Itacaré, litoral sul da Bahia, na manhã desta sexta-feira (3). Ele é acusado pelas mortes de dois traficantes internacionais e lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital), Anselmo Becheli Santa Fausta, 38, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, 33, o Sem Sangue. 

Antônio Vinícius estava custodiado na sede da Coordenação de Polícia Interestadual (Polinter), nos Barris, de onde será recambiado para o estado de São Paulo, para responder pelo duplo homicídio ocorrido em 27 de dezembro de 2021, em Tatuapé, na zona leste paulistana.  O empresário será levado para São Paulo e deverá permanecer em uma prisão sem integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), porque é ameaçado de morte pela facção criminosa.

Antônio Vinícius era monitorado pela Polícia Civil de São Paulo desde a última terça-feira (31), quando ele e o agente penitenciário David Moreira da Silva, 38, tiveram a prisão preventiva decretada pelo juiz Jair Antônio Pena Júnior, da 1ª Vara do Júri da Capital. David continua foragido.

Motivação dos crimes

Segundo a polícia, o empresário e Anselmo Becheli se conheceram no ramo de de investimentos de bitcoins (moeda virtual), quando Antônio passou a fazer investimentos para o criminoso. Após Cara Preta desconfiar que o empresário estaria desviando parte dos valores, o traficante passou a ameaçar o homem a fim de obter de volta a parte subtraída por meio da prestação de contas das operações realizadas.

Para não pagar o valor desviado, Antônio ofereceu uma quantia para David, o agente penitenciário, que por sua vez contratou os serviços do traficante Noé Alves Schaum, 42, o executor. Noé foi brutalmente assassinado pelo "tribunal do crime" do PCC, e teve a cabeça decepada em 16 de janeiro de 2022, no mesmo bairro em que matou Cara Preta e Sem Sangue.