NotíciasCidadeAcampamento dos povos indígenas no CAB chega ao último dia nesta sexta (29)

Acampamento dos povos indígenas no CAB chega ao último dia nesta sexta (29)

Etnias reivindicam melhorias na assistência do estado às aldeias. Lideranças terão agenda de reuniões com secretarias estaduais

| Autor: Cássio Moreira

Foto: Domingos Júnior / Varela Net

A 4ª edição do Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia, que acontece próximo à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), desde a última terça-feira (26), chega ao seu último dia de agendas nesta sexta-feira (26). Lideranças de diversas etnias se encontram no local, onde reivindicam melhorias nas aldeias. 

Entre as demandas reivindicadas, a prioridade é o pedido de melhorias nas escolas das aldeias, de responsabilidade do estado. Demarcação de terras, fornecimento de energia elétrica e água para algumas comunidades, ainda carentes de serviços básicos, estão entre as demais pautas do evento, que nesta sexta-feira (29) ainda realiza Plenária com as intituições indígenas e Plenária da Juventude. O grupo ainda deve ter reuniões com as Secretarias de Promoção Social e da Fazenda. 

A vice-cacique da etnia Tumbalalá da Chapada do Imbú, no município de Curaçá, Maria, explicou ao Varela Net as necessidades da aldeia onde vive. Ela estava representando o pagé Emílio Barbosa da Silva, ausente na assembleia. 

"Eu sou a vice-cacique Tumbalalá, Chapada do Imbú, Curaçá. Estou representando o pagé Emílio Barbosa da Silva. Estamos reivindicando nossos direitos, sobre demarcação de terra. Nossa aldeia está carente, não tem luz, não tem água, não tem saúde, não tem educação. A gente está atrás dos nossos direitos, e vamos lutar por eles. A gente está na luta, guerreando, e vamos buscar os nossos direitos", disse a liderança.

Também presente na plenária da juventade, na manhã desta sexta (29), Alice Pataxó, uma das principais lideranças indígenas jovem do país, também falou sobre as reivindicações 

"Estamos aqui reivindicando demandas a nível estadual. Os colégios indígenas, da educação indígena, saúde indígena, questões de territorialidade; estão presentes todos os povos indígenas da Bahia. Então, é um movimento muito grande, um marco para nossa história, porque é um processo de fortalecer e de articular nosso movimento, e a gente vem para falar de lutas essenciais, como qualidade de acessão à educação, como o direito do professor indígena de receber um salário digno por seu trabalho, são as pautas mais importantes", iniciou a ativista. 

Alice ainda lamnetou o embate protagonizado pela Polícia Militar e os indígenas, na terça (26). Apesar do episódio, a comunicadora afirma que espera reestabelecer o diálogo com o Governo do Estado. 

"A gente está com diversos debates. Infelizmente, a gente chegou em alguns momentos em que a conversa não foi possível, a gente teve um recente ataque. Para nós, isso feriu muito nossos direitos, mas também a nossa tentativa de diálogo com o estado; isso abalou muito nossas relações, mas a intenção é reestabelecer isso e mostrar que estamos aqui não só para apoiar o governo como os nossos direitos", finalizou Alice. 

A previsão é que o acampamento encerre as atividades às 15h desta sexta-feira (29), após um almoço entre os presentes no local. 

*Sob supervisão do editor Rafael Tiago

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