Quem são os quatro policiais que morreram na operação mais letal da história do RJ
De acordo com o balanço oficial, 64 pessoas morreram e 81 foram presas durante os confrontos

Foto: Polícia Militar/Divulgação
Uma megaoperação das forças de segurança nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, terminou com a morte de quatro policiais, dois civis e dois militares, na última terça-feira (28). A ação, que reuniu cerca de 2,5 mil agentes e integra a Operação Contenção, entrou para a história como a mais letal já registrada no estado.
De acordo com o balanço oficial, 64 pessoas morreram e 81 foram presas durante os confrontos. A ofensiva, marcada por intensos tiroteios e barricadas em chamas, também deixou feridos, entre eles o delegado-adjunto da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), Bernardo Leal, que foi baleado. Ele passou por cirurgia e seu estado de saúde é considerado grave.
Policiais mortos em ação
Os policiais mortos foram identificados como Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos, conhecido como Máskara, comissário da 53ª DP (Mesquita); Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, da 39ª DP (Pavuna); Cleiton Serafim Gonçalves, de 42 anos, 3º sargento do Bope; e Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, também 3º sargento do Bope.
Segundo a Polícia Civil, Máskara e Cabral foram atingidos logo no início da operação, quando as equipes chegavam ao Complexo da Penha. Traficantes ligados ao Comando Vermelho (CV) reagiram à entrada dos agentes com disparos de fuzil e montaram barricadas em chamas para tentar conter o avanço das tropas. Ambos chegaram a ser socorridos e levados ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não resistiram.
Já os sargentos Cleiton Serafim e Heber Fonseca, integrantes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), foram baleados durante confrontos na Vila Cruzeiro, também na Penha, enquanto as forças de segurança avançavam pela comunidade. Em nota oficial, a Polícia Militar informou que os dois foram socorridos e encaminhados ao mesmo hospital, mas morreram em decorrência dos ferimentos.
Carreira e legado dos agentes
O 3º sargento Cleiton Serafim Gonçalves ingressou na Polícia Militar em 2008. Casado, ele deixa esposa e uma filha. Já o colega Heber Carvalho da Fonseca, que também ocupava o posto de 3º sargento, estava na corporação desde 2011. Ele era casado e deixa esposa, dois filhos e um enteado.
Em nota conjunta, a Secretaria de Polícia Militar e o Bope lamentaram as perdas e destacaram o “compromisso, coragem e lealdade” dos militares que morreram em serviço.
Entre os policiais civis mortos, Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, o Máskara, tinha 26 anos de carreira e havia sido promovido a comissário na véspera da operação. Ele entrou para a Polícia Civil em 1999, começando sua trajetória justamente na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), unidade onde ganhou o apelido que o acompanharia por toda a carreira, por lembrar o personagem do filme estrelado por Jim Carrey.
Ao longo dos anos, Marcus atuou também na 18ª DP (Praça da Bandeira) e, mais recentemente, chefiava o Setor de Investigações da 53ª DP (Mesquita).
O outro policial civil morto, Rodrigo Velloso Cabral, estava na corporação havia menos de dois meses. Lotado na 39ª DP (Pavuna), ele trabalhava em uma das regiões mais violentas da Zona Norte do Rio e era considerado um agente promissor.


