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Inclusão LGBTQIAPN+ no mundo corporativo

Estudo da McKinsey aponta que empresas que apoiam diversidade de gênero em suas equipes eram 15% mais propensas a terem uma rentabilidade acima da média

| Autor: Dennys Almeida

Foto: Pixabay

Em um cenário corporativo cada vez mais consciente da importância da diversidade e da inclusão, algumas empresas estão assumindo um papel de destaque na promoção de ambientes de trabalho acolhedores para pessoas de diferentes orientações sexuais e identidades de gênero.

Essas políticas de diversidade não apenas promovem a igualdade, mas também impulsionam a inovação e o crescimento sustentável das empresas, reconhecendo o valor da diversidade para o sucesso organizacional. 

De acordo com uma pesquisa realizada pela McKinsey, as empresas que apoiavam diversidade de gênero em suas equipes executivas eram 15% mais propensas a terem uma rentabilidade acima da média. Ainda segundo o estudo, aquelas que consideram esse tópico no recrutamento e seleção entregam resultados até 25% superiores.

Em entrevista ao VarelaNet, Maria Eduarda Bahia, de 31 anos, supervisora, contou sobre sua experiência enquanto mulher trans, em uma empresa de call center.

"Sou a primeira mulher trans a ocupar um cargo de liderança dentro da empresa. A empresa sempre pregou e praticou a diversidade, temos vários líderes LGBTQIAPN+ em cargos de liderança lá. Inclusive a minha transição foi feita lá. Hoje, eu tenho três anos de transição e seis anos de empresa. No processo de transição, fui muito bem acolhida, respeitada e fui surpreendida com buquês, todos aplaudindo quando cheguei com a minha certidão retificada, foi um momento marcante em minha vida que jamais esquecerei. Hoje, faço parte de grupos aliados que representam a nossa comunidade dentro da empresa", contou.

                                

                                                      Foto: Arquivo pessoal

No entanto, apesar do acolhimento que recebeu da maior parte dos colegas de trabalho, Maria revela que ainda há um longo caminho a ser percorrido para que, de fato, um cenário ideal de igualdade e respeito seja alcançado. 

"Passei por uma situação indiretamente, onde a motorista da condução que me trazia não estava se sentindo confortável com a minha presença na van e chegou a usar termos transfóbicos. Acionei meus líderes e, de imediato, [eles] conduziram a situação, retirando a motorista do roteiro. Passei para outra condução para minha volta pra casa", explicou.

Ainda no âmbito das experiências pessoais dentro do mercado de trabalho, as narrativas de discriminação e preconceito continuam a ecoar. Taiala Campos, de 28 anos, detalha um episódio no qual um colega de trabalho não utilizou seu pronome correto. 

"Já aconteceu de um funcionário me chamar de "ele", que, inclusive, foi rebatido por mim", relatou.

                                 

                                                                 Foto: Arquivo pessoal

Um estudo realizado pela OutNow indicou que 1 em cada 3 gestores LGBTs no Brasil já não sente medo de demonstrar a sua orientação sexual para líderes, liderados e lideradas.

No entanto, esses dados não são tão animadores. Isso porque o número dessas pessoas em cargos mais altos ainda é baixo: apenas 8%, conforme a pesquisa Diversidade e Inclusão (D&I), realizada pela consultoria global Great Place To Work (GPTW).

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