NotíciasBrasilGolpe da maquininha se espalha em corridas e entregas e impõe prejuízo bilionário no país

Golpe da maquininha se espalha em corridas e entregas e impõe prejuízo bilionário no país

Segundo levantamento recente, fraudes com maquininhas causaram um prejuízo de aproximadamente R$ 4,8 bilhões

| Autor: Ramilton Silva
Golpe da maquininha se espalha em corridas e entregas e impõe prejuízo bilionário no país

Foto: Freepik

Um golpe que tem se espalhado por várias cidades do Brasil está deixando consumidores em alerta. Criminosos se passam por taxistas ou entregadores de comida e usam maquininhas de cartão para enganar as vítimas e aplicar cobranças indevidas, muitas vezes de valores altos. Os casos mais comuns envolvem o chamado “golpe da maquininha” e também fraudes durante entregas feitas por aplicativos, como o iFood.

Em um dos casos mais recentes e que ganhou repercussão nacional, o dermatologista Thales Bretas, viúvo do humorista Paulo Gustavo, foi vítima da fraude. Ele e uma amiga pegaram um táxi no Rio de Janeiro, e durante o trajeto o motorista falso alegou que o carro havia apresentado problemas e precisaria parar. Ao final, o suposto taxista pediu o pagamento com cartão, alegando que não aceitava Pix ou aproximação. A maquininha usada estava com o visor coberto ou danificado, impedindo que a vítima visse o valor. Thales só percebeu que havia sido enganado ao receber uma notificação de débito de mais de R$ 4 mil no celular.

Esse tipo de golpe tem crescido de forma preocupante. Segundo levantamento recente, fraudes com maquininhas causaram um prejuízo de aproximadamente R$ 4,8 bilhões em um período de 12 meses no país. Os criminosos agem de forma organizada e usam maquininhas adulteradas, que permitem realizar cobranças sem que a vítima perceba. Em muitos casos, além de cobrar valores elevados, os golpistas ainda trocam o cartão da vítima por outro similar.

Outro golpe comum tem sido registrado durante entregas de comida, especialmente feitas por aplicativos como o iFood. O esquema acontece quando o entregador afirma que o pagamento não foi confirmado ou que houve erro na cobrança dentro do aplicativo. Em seguida, ele apresenta uma maquininha com o visor apagado, alegando que é preciso pagar manualmente no cartão. A vítima, muitas vezes com pressa ou sem desconfiar, digita a senha e confirma a transação sem visualizar o valor real. Horas depois, descobre que foi cobrado em valores que podem ultrapassar os R$ 4 mil.

O Procon de São Paulo já recebeu diversas denúncias desse tipo de golpe envolvendo entregadores e até multou o iFood em R$ 2,5 milhões por falhas na proteção ao consumidor. A empresa afirma que investiga os casos, mas orienta que os pagamentos sejam sempre feitos diretamente pelo aplicativo para evitar riscos.

Em fóruns e redes sociais, não faltam relatos de pessoas que passaram por situações parecidas. Alguns usuários contam que o entregador até cancela o pedido na plataforma e combina outro tipo de pagamento diretamente com a vítima. Com isso, o restaurante e o aplicativo recebem o valor de volta, e a vítima fica no prejuízo sem saber para quem reclamar.

Diante desse cenário, autoridades e órgãos de defesa do consumidor fazem um alerta: é essencial redobrar a atenção no momento do pagamento, seja em corridas de táxi, seja nas entregas de comida. Especialistas recomendam que os consumidores evitem entregar o cartão na mão de desconhecidos, sempre exijam ver o valor digitado na maquininha e priorizem formas de pagamento como Pix, aproximação ou diretamente pelo aplicativo.

Além disso, se o visor da maquininha estiver apagado, quebrado ou coberto, o ideal é não prosseguir com a transação. Caso já tenha feito o pagamento e perceba que foi vítima de um golpe, é importante entrar em contato com o banco imediatamente, registrar um boletim de ocorrência e acionar o Procon para buscar seus direitos.

Golpes como esses acontecem em situações do cotidiano, o que exige atenção redobrada da população. A principal recomendação é: desconfie de situações incomuns no momento do pagamento e, sempre que possível, opte por plataformas e formas de pagamento mais seguras. A prevenção ainda é a melhor forma de se proteger.


 

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