Empresário agride companheira com socos e cotoveladas dentro de elevador no DF

Imagens registradas por câmeras de segurança revelaram uma cena brutal de violência doméstica envolvendo um empresário de 55 anos, no Distrito Federal. A agressão ocorreu na madrugada da última sexta-feira (1), dentro do elevador do condomínio onde ele morava com a companheira, de 34 anos.

No vídeo, é possível ver a mulher chamando o elevador. Assim que as portas se abrem, ela é surpreendida por Cleber Lúcio Borges, que já inicia a violência com um soco no rosto da vítima. Dentro do elevador, as agressões se intensificam: ela leva vários socos, cai no chão, tenta reagir com tapas, mas recebe novas pancadas, inclusive cotoveladas. A sequência dura cerca de quatro minutos.

Ao final do vídeo, Cleber sai do elevador, enquanto a mulher, ainda no chão, tenta acionar outro andar pressionando os botões.

Cleber Lúcio, que atua no ramo de móveis e possui empresas no Distrito Federal e em Goiás, foi preso nesta semana não apenas pela agressão, mas também por posse ilegal de armas e munições.

A defesa do empresário informou, por meio de nota, que vai se manifestar judicialmente no decorrer do processo, e que o caso ainda está sob investigação.

De acordo com a Polícia Civil, o caso aconteceu no Guará II, onde o casal reside. A vítima não procurou a delegacia para denunciar o crime e disse às autoridades que não deseja medidas protetivas. Apesar disso, ela foi internada por cinco dias em um hospital particular do DF com fraturas no rosto e edemas pelo corpo.

Os próprios médicos, ao identificarem sinais evidentes de agressão, alertaram a mãe da vítima, que acionou a Polícia Civil. Ainda segundo as investigações, esta não teria sido a primeira vez que a mulher sofreu violência por parte do companheiro. No entanto, até então, ela nunca havia denunciado oficialmente os episódios anteriores.

Investigação segue, mesmo sem denúncia da vítima

Apesar da ausência de denúncia formal, a investigação prossegue. Desde 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que casos envolvendo a Lei Maria da Penha não dependem da vontade da vítima para seguirem adiante.
“A polícia, a Justiça, o Ministério Público vão agir independente da vontade da vítima”, destacou o delegado responsável, Marcos Loures.

Ainda no hospital, a mulher foi ouvida informalmente pelos policiais. Ela confirmou as agressões e relatou que o episódio teve início após um desentendimento na saída de uma festa de casamento. A discussão teria começado por conta de quem dirigiria o carro.

Prisão e apreensão de armas

Cleber Lúcio foi preso em flagrante na manhã de quinta-feira (6), em sua residência. Além da acusação de agressão, a polícia encontrou duas armas de fogo e grande quantidade de munição, todas sem registro ou autorização legal. Conforme informado pela Polícia Civil, o empresário não possui porte nem registro das armas apreendidas.
Apesar de pagar uma fiança no valor de R$ 25,9 mil, ele permanece detido por conta da prisão preventiva decretada no processo de violência doméstica, que não permite fiança.

"Se não fosse o crime de violência doméstica, ele teria sido colocado em liberdade. Mas como ele também estava com a preventiva, ele continuou preso", explicou o delegado Loures.