NotíciasBrasilBolsonaro diz que não deixará o Brasil e que está preparado para morrer na prisão

Bolsonaro diz que não deixará o Brasil e que está preparado para morrer na prisão

Ex-presidente afirma que não fugirá do país, mesmo diante da possibilidade de condenação por tentativa de golpe

| Autor: Redação Varela Net
Ex-presidente Jair Bolsonaro

Ex-presidente Jair Bolsonaro |Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta sexta-feira (16) que não pretende deixar o Brasil, mesmo diante da possibilidade de ser condenado no processo que investiga uma tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. Em tom de desabafo, Bolsonaro afirmou estar preparado para enfrentar a prisão e até mesmo morrer atrás das grades, citando seu estado de saúde como um fator agravante.

"Alguns falam que eu devia sair do Brasil. Não vou sair do Brasil, me prendam, pô. Está previsto quarenta anos de cadeia, me prendam. Eu estou com 70 anos já, quase morri na última cirurgia, vou morrer, não vai demorar. A gente fica sendo um arco que dá para resistir. (…) Tenho quarenta anos de cadeia no lombo, não tenho recurso para lugar nenhum, eu vou morrer na cadeia", disse o ex-presidente, em um discurso marcado por frases fortes 

Bolsonaro, que é réu por envolvimento em uma suposta trama para se manter no poder de forma ilegal, nega ter cometido qualquer crime. Em uma fala irônica, minimizou as acusações que enfrenta: "Qual crime? Crime impossível, da Minnie e do Pato Donald", ironizou.

O ex-presidente responde por cinco crimes no inquérito: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Se for condenado por todos os delitos, a pena pode chegar a 39 anos de prisão.

A fala de Bolsonaro repercute em meio ao acirramento das investigações da Polícia Federal e à pressão política em torno dos desdobramentos jurídicos dos atos antidemocráticos ligados ao seu governo. A defesa do ex-presidente tem rebatido as acusações, enquanto o próprio Bolsonaro tem intensificado declarações de teor emocional e de resistência.

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