Bolsonaro diz que a investigação contra ele é política: 'Nunca pensei em sair do Brasil'

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu entrevista após colocar a tornozeleira eletrônica, classificando como política a investigação que o levou a ser alvo de uma nova operação da Polícia Federal nessa sexta-feira (18), resultando na imposição de medidas restritivas por ordem do STF. Na entrevista, também, o político negou que estivesse planejando deixar o país e o dinheiro encontrado em sua casa estava legalizado. 

“Nunca pensei em sair do Brasil ou ir para a embaixada”, afirmou o ex-presidente, em reação à suspeita da PF de que ele articulava uma eventual fuga.

"Estou restrito à Brasília, com tornozeleira. Fizeram a busca e apreensão em casa. Então, no momento, é um novo inquérito, eu estou também dentro dele. O inquérito do golpe, é um inquérito político, nada de concreto existe ali. E a própria Polícia Federal não me botou no [inquérito dos atos de] 8 de janeiro. O PGR foi além do que viu no inquérito, ele botou no 8 de janeiro", disse. 

"Agora, no julgamento, eu espero que seja técnico e não político. No mais, nunca pensei em sair do Brasil, nunca pensei em ir para uma embaixada, mas as cautelares são em função disso. Eu não posso me aproximar da Embaixada, eu tenho horário para ficar na rua. No meu entender, o objetivo é a suprema humilhação. Esse é o objetivo", adicionou. 

Mesmo assim, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro terá que passar por algumas sanções, como a utilização de tornozeleira eletrônica, proibido de sair à noite, de se comunicar com outros investigados, de manter contato com diplomatas e seu filho, além de usar suas redes sociais. Ele também terá que permanecer em casa entre 19h e 7h, inclusive nos fins de semana.

Durante a operação, a PF apreendeu cerca de UR$ 15 mil e R$ 8 mil em espécie em sua casa, Bolsonaro falou sobre isso na entrevista. "Tem recibo do Banco do Brasil", além de dizer que iria declarar à Receita Federal ano que vem.